Conforme Simões, os primeiros relatórios da pesquisa deverão ser divulgados em congressos científicos em 2024. As amostras irão da Antártica para o Chile, depois para Boston, e de lá vão para a Universidade do Maine, para onde, em março deste ano, dois pós-doutores e um doutorando irão para trabalhar nas câmaras frias (a -20°C). Eles devem cortar e subamostrar os 98 metros de testemunhos de gelo (que devem representar 400 anos de dados ambientais). Serão meses de trabalho.
A partir daí, se inicia uma série de análises químicas das amostras, que serão subdivididas em blocos de três centímetros de espessura. No total, serão cerca de 3.250 unidades. A água ará por inúmeras avaliações para determinar a composição química e a sua variação, ao longo do tempo.
— Com isso, poderemos dizer se o clima era mais quente ou mais frio, mais úmido ou seco, se tinha mais poeira ou não na atmosfera, detectar o impacto das grandes erupções vulcânicas nela, e também se poluentes produzidos pela atividade humana estão chegando à Antártica — explica Simões.