Outro presente desviado foi um conjunto masculino de joias da marca suíça de órios de luxo Chopard, composto por caneta, abotoadura, anel, rosário árabe e relógio. Os itens teriam sido entregues ao então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, após viagem a Arábia Saudita, em outubro de 2021.
A PF narra que o conjunto da marca Chopard teria sido resgatado da Fortuna Auctions, em Nova York, e encaminhado, por meio de serviço de transporte, para um endereço de Orlando onde Bolsonaro estava hospedado. Depois, o kit foi transportado para o Brasil e entregue, em 24 de março, em uma agência da Caixa em Brasília.
Um kit de joias contendo um anel, abotoaduras, um rosário islâmico e um relógio da marca Rolex de ouro branco, entregues ao ex-presidente Jair Bolsonaro quando visitou a Arábia Saudita em outubro de 2019, também teria sido vendido por assessores do ex-presidente.
O anel, as abotoaduras e o rosário islâmico foram recuperados em Miami, por Mauro Cid, segundo a PF. Ele pegou o kit no dia 27 de março de 2023 e, no mesmo dia, voltou ao Brasil.
Já o relógio de ouro branco, que compunha o mesmo kit, foi resgatado da empresa Precision Watches, localizada na Pensilvânia. De acordo com a PF, Frederick Wassef, ex-advogado de Bolsonaro, recuperou o relógio e o trouxe ao Brasil após viagem dos Estados Unidos.
“O relógio Rolex Day-Date vendido para a empresa Precision Watches, foi recuperado no dia 14/03/2023 pelo advogado Frederick Wassef, que retornou com o referido bem ao Brasil na data de 29/3/2023. O mencionado advogado entregou o bem a Mauro Cid, em 2/4/2023, na cidade de São Paulo, que, a seu turno, retornou o bem à Brasília na mesma data, entregando o bem para Osmar Crivelatti”, disse a PF.
Um relógio da marca Patek Philippe, possivelmente recebido por Bolsonaro quando visitou o Reino do Bahrein em 16 de novembro de 2021, também teria sido retirado do país por aliados do ex-presidente.
O relógio teria sido levado para os Estados Unidos e vendido também para a Precision Watches, em junho de 2022.
Segundo os investigadores, "há fortes indícios de que o relógio Patek Phillippe (...) teria sido presenteado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, em novembro de 2021, por autoridades do Reino do Bahrein e posteriormente vendido".
Essa peça não chegou a ser registrada oficialmente no acervo do governo federal.
Quando o inquérito da PF foi concluído e Bolsonaro indiciado, Paulo Cunha Bueno, advogado do ex-presidente, disse que não iria se manifestar neste momento por não ter tido o ao ofício enviado pela PF. Ele sempre negou irregularidades.
A reportagem tenta contato com as defesas dos indiciados.