E como explicar aquele sujeito que conversa no app, chama no whatsapp, troca ideias sobre o céu a água e o ar por dias a fio, faz planos de te levar no bar preferido e, uma semana depois, deixa aquele teu emoji de foguinho sem resposta para todo o sempre? (Espero que sejas do tipo que só vai se dar conta disso uma semana depois, ou então talvez os apps de relacionamento não sejam pra ti.)
Vai baixar o Tinder, o Bumble, o Happn, o InnerCircle? Saiba que é preciso um tanto de paciência para garimpar gente realmente interessante – e interessada.
No caminho, vais conhecer tipos como...
...o amargurado:
“Solteiro, sem filhos, tenho pós-graduação e prezo pela minha individualidade. Procuro alguém para desfrutar um vinho, série ou fim de semana na Serra. Se você procura alguém só para aumentar a lista de contatinhos, aperte o X.”
...o neohippie:
“Meditação, café e cachoeira. Neorural, permacultor, em um relacionamento aberto. Meu eio preferido é garimpar restaurantes veganos pela cidade, depois de uma sessão de ioga ao amanhecer.”
...a incógnita que gosta do que todo mundo gosta:
“Sou uma pessoa simples, gosto de sair para jantar, praia, trilhas ou apenas um café. Podemos conversar sobre qualquer assunto, o importante é dar boas risadas e levar a vida sem neuras. Adoro viajar e conhecer novos lugares.”
...o restritivo:
“Aperto o X se vejo: fotos de biquíni, bumbum ou vulgaridades, gente que quer 'algo casual', e que gosta de funk e feminejo.”
...o simplão romântico:
“Sou uma pessoa do bem, que gosta de coisas simples. Felicidade não requer ostentação. Aprecio a honestidade e tenho convicção de que nada é maior do que parceria e amor. Adoro conhecer pessoas novas.”
...o conservador:
“Se votou no ladrão, aperte o X. Se fuma, aperte o X. Feminazis, apertem o X.”
...o esquerdomacho:
“Não-mono & amor livre. Defensor do prazer feminino. Tentando dominar o vício em cinema e livros para terminar o doutorado. Faço a melhor carbonara que você já provou na vida”.
E também vais topar muitas vezes com os mesmos tipos de lacrada. Afinal, todo mundo recorre uma frase de efeito para chamar atenção em 150 caracteres. Problema é ser criativo.
“Terapia em dia”
“Não costumo entrar muito aqui, me segue no insta”
“Pai/mãe de pet”
“Se fez o L/ votou no Bozo, arrasta pra esquerda”
“Especialista em piadas ruins e cantadas pior ainda”
“Sou menos feio ao vivo, mas prometo te fazer rir”
“Se você tem ex maluco/a, aperta o X”
O importante é não criar expectativas. No flerte virtual, as pessoas são descartáveis: uma foto no telefone, sem cheiro, sem gosto, e vais julgar e ser julgado a cada resposta ou opinião. Nem todo mundo é como a Jenifer...
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