Atualmente no Fortaleza, David Luiz foi zagueiro titular do Chelsea de Ancelotti na reta final da temporada 2010/11. Inclusive, o defensor, à época com 24 anos, chegou ao clube inglês a pedido do treinador.
— É um cara muito especial, um vencedor. Tive a oportunidade de trabalhar com ele no Chelsea, ele que me levou do Benfica para lá, me ensinou bastante. Sempre um cara muito humano, que está atento a todos os detalhes do dia a dia da nossa vida, não só profissional, como da vida pessoal também — disse David Luiz
No Parma, na metade final da década de 1990, o então promissor treinador Carlo Ancelotti, logo em seu segundo clube na carreira, trabalhou com quatro brasileiros. Um deles era o atacante gaúcho Adailton, atual auxiliar técnico de Roger Machado no Inter.
— Na época o Parma tinha três atacantes de seleção: Enrico Chiesa (ITA), Hernán Crespo (ARG) e Mario Stanic (CRO). E Ancelotti me incluía entre eles. Era a principal característica do trabalho: tratava todos igualmente. Faz todos os jogadores se sentirem importantes igualmente. Por isso considero o melhor gestor que tive na carreira — elogia Adailton.
— Um dia me perguntou quem era meu ídolo no futebol. Respondi: "Zico". Então ele contou: "Ada, uma vez joguei contra ele. Tinha marcação individual. Foram 85 minutos de controle, joguei muito". Estranhei e perguntei: "E os outros cinco minutos?". A resposta: "Ele se livrou da marcação, entrou na área, bateu e perdemos o jogo". É uma figura maravilhosa. Se é para ter um estrangeiro na Seleção, que seja alguém do nível dele mesmo — relembrou o ex-atacante.
Apesar de brincalhão, o técnico italiano é exigente, e cobra pesado, conforme Athirson, treinado por ele na Juventus. Ídolo do Flamengo, o ex-lateral-esquerdo se mostrou empolgado com Ancelotti na Seleção, em entrevista a Zero Hora:
— É um cara que gosta muito de brasileiros, sabe abstrair muito bem dos atletas. Ele dá incentivo para que os brasileiros façam a jogada individual. Vai achar o potencial de cada jogador para colocar o time da forma que ele quer. Defensivamente, trabalha muito bem. Ofensivamente, dá realmente liberdade para os jogadores fazerem essa criação.
— Ele tem esse cuidado, esse carinho e preocupação, mas cobra muito. É muito exigente, muito firme no que ele propõe a fazer. É um cara que realmente é incrível como ser humano. Estou muito esperançoso para que ele consiga assumir logo a Seleção — completou.
Colaborou: Leo Bender